Entrevista do Dr. Manuel Pinto de Almeida no Jornal Vida Económica
Qual a composição acionista da Clipal?
A Clipal é composta por dois sócios gerentes cada um com 50% da empresa, contribuindo ambos para o percurso da clínica o que, num setor tão competitivo como o da medicina dentária, tem sido decisivo para a empresa sustentar o seu crescimento na qualidade do serviço prestado aos seus pacientes, os seus principais prescritores.
Qual a vossa opinião sobre o mercado nacional português?
Os pacientes são cada vez mais exigentes, estão muito mais esclarecidos e informados em relação aos vários tipos de tratamentos disponíveis no mercado. A disponibilidade financeira ainda é um entrave o que limita muitas vezes o profissional na escolha do tratamento face à disponibilidade financeira do paciente. De um modo geral a Saúde Oral melhorou significativamente, as pessoas têm cada vez mais cuidado, aceitam fazer mais sacrifícios financeiros em prol de um maior conforto, isso nota-se muito na decisão de uma prótese fixa versus uma prótese removível.
Quais os principais problemas que se colocam às clínicas privadas?
Excesso de oferta. A crise económica que se vive dificulta a aceitação de orçamentos também por falta de mais apoios do estado. Às vezes temos de condicionar o tratamento às possibilidades económicas dos pacientes. No entanto, a Clipal tem trabalhado no sentido de ter todo o tipo de especialidades, desde a implantologia fixa e removível, endodontia e restaurações que é parte da dentisteria. Com uma equipa multidisciplinar, os diagnósticos são feitos de forma abrangente, não se limitando apenas ao dente do qual o paciente se queixa, mas analisando um conjunto de situações no sentido de restabelecer uma boa função estética, mastigatória e fonética. Mas a grande mais-valia da Clipal é, sem dúvida, a aposta na implantologia. Felizmente já se reconhece que esta solução, embora mais cara, é a que garante melhores resultados para o paciente.
Não haverá já uma concorrência excessiva neste setor de atividade?
Sim e até certo ponto pode ser visto como algo saudável, obrigando as clínicas a diferenciarem-se pela qualidade. Mas na verdade, verifica-se que estamos num setor em que a ética profissional deixa, por vezes, muito a desejar. No nosso caso, os 12 anos de existência e as cinco clínicas Clipal distribuídas por Gaia e Santa Maria da Feira, falam por si. Nenhuma clínica atinge esta longevidade se não tiver bons profissionais e uma excelente prestação de serviços. O nosso segredo deve-se ao cuidado com o bem-estar do paciente desde que ele chega ao consultório – onde o espera um espaço acolhedor, técnicos e equipamento de última geração – mas que não termina quando ele sai da cadeira, o acompanhamento é contínuo.
A legislação em vigor é a indicada?
A legislação atual tem sido adequada para separar o trigo do joio. Ou seja, para terminar com campanhas enganosas e vendas agressivas que violam os princípios de veracidade, da licitude e da objetividade da informação ao doente. Claro que está ainda longe de ser uma legislação que totalmente adequada aos anseios dos profissionais e pacientes, mas esse é um trabalho para ser feito em conjunto. Mas os profissionais estão prontos para trabalhar com a tutela e ajudar a criar uma legislação mais coesa e mais ajustada à realidade do dia-a-dia.
Qual a estratégia da Clipal para o mercado português? Quais os investimentos previstos?
Queremo-nos tornar numa referência, marcar a diferença pela qualidade, pelo trato com o paciente e pela tecnologia envolvente. Neste momento vamos investir em duas clínicas novas e mais tarde numa terceira, todas equipadas com materiais de qualidade e tecnologia de ponta. Vamos investir em recursos humanos assim como na formação dos existentes de forma a fazerem cada vez mais e melhor.
Existem projetos em termos de internacionalização da vossa marca?
Sim, temos projetos que estamos a desenvolver na Europa, mas que por agora seria ainda prematuro divulgar. Com toda a certeza iremos continuar a apostar nos implantes dentários, uma necessidade cada vez mais procurada. Queremos que fique cada vez mais longe o tempo em que a colocação de implantes dentários apenas estava ao alcance de alguns.
De que forma contribuem para a sustentação do Serviço Nacional de Saúde?
Contribuímos no sentido em que a saúde oral é um problema de saúde pública. Logo se temos pacientes devidamente tratados e com um acompanhamento contínuo são pacientes que não estarão sujeitos a outro tipo de doenças decorrentes de uma má saúde oral e, consequentemente, manter-se-ão longe de hospitais e centros de saúde. Por exemplo, pacientes portadores de doença periodontal, segundo estudos epidemiológicos, experimentais e clínicos, tem maior risco de sofrer um enfarte agudo do miorcárdio. Estudos recentes indicam também, uma associação entre a Doença Periodontal e o Alzheimer já que ass bactérias responsáveis pela inflamação oral, podem instalar-se noutros órgãos através da via sistémica, inclusive no cérebro, provocando a destruição dos neurónios. Também nos pacientes com diabetes tipo II foi encontrada uma relação com a saúde oral. Estes apresentam maior tendência para doenças gengivais (gengivite e periodontite), uma vez que os níveis de açúcar no sangue são geralmente mais altos que o habitual. A nível de saúde oral a Clipal promove ainda a prevenção e a formação através dos rastreios que efetua de forma gratuita.
fonte: Vida Económica